Promotor
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Breve Introdução
A Arquitetura Segue o Peixe: Os nexos entre a vida no mar e a arquitetura
1º Workshop: O Mapa do Bacalhau de Lisboa por André Tavares
A série de workshops A Arquitetura Segue o Peixe tem como objetivo compreender os fenómenos arquitetónicos que acontecem na costa como consequência das dinâmicas do mar, sejam elas naturais ou artificiais. Os peixes vivem em ambientes específicos: migram, desovam e movem-se segundo nuances da vida no mar, tendo em conta fatores como a profundidade ou a temperatura da água, os nutrientes disponíveis ou as correntes marítimas. Os pescadores usam uma grande variedade de técnicas para perseguir o peixe no mar e a história dessas técnicas é acompanhada pela história da transformação urbana. Não é fácil, mas é possível, seguir o percurso de uma história socioecológica da arquitetura associada às pescas, estabelecendo ligações entre determinadas espécies a viver em ambiente marítimo com forma e as dinâmicas das paisagens do litoral. A hipótese consiste em considerar que uma paisagem do bacalhau é diferente de uma paisagem da sardinha, do mesmo modo que estas serão diferentes de uma paisagem do atum.
Compreender os nexos entre a vida no mar e a arquitetura em terra requer uma boa dose de experimentação e ter a consciência de muitos aspetos da vida marinha, da história das suas representações aos hábitos alimentares e à transformação dos sistemas tecnológicos. A Arquitetura Segue o Peixe vai abordar estas reflexões reunindo arquitetos, académicos, jornalistas, biólogos e autores que lidam com temas e problemas relacionados com a arquitetura e a pesca.
Esta série de workshops é uma colaboração entre o maat, o CCB Garagem Sul, e o grupo de pesquisa Fishing Architecture. Este evento está associado à exposição O Mar É a Nossa Terra. A construção sensível da linha de costa (CCB Garagem Sul, 10 de marco 2020 17 de janeiro 2021).
Detalhes 1º Workshop: O Mapa do Bacalhau de Lisboa
1- 3 outubro 2020
13h -19h (1 Out)
15h - 19h (2 Out)
15h - 18h (3 Out)
A cultura portuguesa está imbuída em bacalhau. O consumo de bacalhau é uma tradição de longa data, embora só no século XX tenha o país começado a desenvolver a sério as suas frotas de pesca longínqua (apesar de, no início do século XV, ter havido incursões na região da Terra Nova). A pesca portuguesa de bacalhau dependia do uso de técnicas pré-industriais, em que os barcos permaneciam durante muitos meses nos bancos de pesca da Terra Nova: o que se pescava no dia era salgado por baixo do convés, no porão, e seco no regresso a Portugal, quando terminado o verão. Mal retornavam a Portugal, os barcos descarregavam o bacalhau, que era seco ao ar livre em estendais de peixe. Depois, era guardado em armazéns centralizados e vendido através de uma rede de distribuidores. Este workshop tentará compilar um mapa do bacalhau de Lisboa, localizando e representando as várias etapas do processo quando, em finais dos anos de 1950, a pesca do bacalhau portuguesa estava no seu auge. O resultado será um mapa que mostra as relações urbanas esperadas e inesperadas entre pescadores, comerciantes, políticos e consumidores, desencadeadas pelos processos de transformação e consumo de um recurso natural distante.
O workshop, orientado pelo curador André Tavares, inclui várias sessões de trabalho no maat, uma visita à Fábrica da Riberalves na Moita, visita exterior aos armazéns frigoríficos de Alcântara e Terreiro das Missas, debates e uma apresentação pública dos resultados no último dia no museu.
Valor Inscrições: 15
Número máximo de participantes : 9
Último dia para Inscrições: 29 setembro