Promotor
Associação Zé dos Bois
Sinopse
Acompanhar a obra de Liz Harris é acompanhar uma belíssima cerimónia ongoing. A sua extensa discografia, maioritariamente enquanto Grouper, deverá ser merecedora da mais real devoção. Há um magnetismo muito genuíno em cada um dos seus discos e projectos, estabelecendo uma linguagem que não pode, nem deve, ser inserida num mundo delineado por formas imediatamente reconhecíveis. Isto porque na música de Harris existe sempre algo para além da aparência ou do lado físico; existe algo de simplesmente intangível e associado a uma percepção espiritual, se assim o quisermos definir. É desse universo povoado pela condição humana e desolação emocional como motor, que as suas composições a guitarra, piano ou voz chegam até nós - sempre em estado de graça. Música cujo adjectivo sagrado corre o risco de a colocar numa posição algo suspeita, mas imensamente justa (a existir justiça nas palavras, claro). E tem sido assim há já década e meia, a solo ou ao lado de outros talentos como Xiu Xiu, Roy Montgomery ou Lawrence English, entre tantos outros. NA