Promotor
Teatro Municipal Joaquim Benite
Breve Introdução
Entre Janeiro e Março a Companhia Nacional de Bailado juntou-se ao Teatro Maria Matos e ao Teatro São Luiz para dedicar um ciclo ao percurso de 20 anos de Tânia Carvalho. Para a coreógrafa, remontar algumas das suas peças mais antigas significou, de certa forma, colocar-se também no papel de espectadora: Ver de repente uma peça antiga montada em poucos dias torna-se surpreendente. A tecedura do caos, criada em 2014, entra em diálogo com a Odisseia, de Homero. Assente na ideia de regresso e de reencontro, a obra faz contrastar o desejo de Ulisses em regressar a Ítaca com os sucessivos obstáculos que se lhe colocam. Em cena, os bailarinos parecem utilizar gestos que precedem a consciência: a escansão dos seus movimentos implica que a emoção se dê antes de tudo o mais. E que a dança não procure esquivar-se à sua vocação divina. Para Tânia Carvalho, criar é tão simples que se torna complicado.
Dos domínios da coreografia, Tânia Carvalho transporta-se frequentes vezes para a composição musical. Propõe-se como uma artista cuja vontade de expressão não se esgota numa só linguagem. As suas criações vagueiam pelas sombras, pela vivificação da pintura, pelo expressionismo e pela memória do cinema. Assim, ao longo de quase duas décadas, Tânia Carvalho vai fazendo o seu caminho: criterioso e cada vez mais multidisciplinar.
Ficha Artística
Direcção e coreografia de Tânia Carvalho
INTERPRETAÇÃO:
Artistas da CNB
MÚSICA:
Ulrich Estreich
FIGURINOS:
Aleksandar Protic
DESENHO DE LUZ:
Zeca Iglésias
CENOGRAFIA DE LUZ:
Jorge Santos
REMONTAGEM:
Marta Cerqueira