Promotor
Câmara Municipal do Porto
Breve Introdução
Teatro
Sex 13 Abr / 21h30
Sáb 14 Abr / 19h00
NUNO CARDOSO / AO CABO TEATRO
Timão de Atenas
Estreia / Coprodução
Grande Auditório Rivoli
Timão de Atenas é a mais implacável obra de Shakespeare sobre a misantropia e constitui quase um insulto moral à depravação humana, recusando suavizar a angústia e a amargura resultante do embate frontal que se produz no seu seio com a avareza e a ingratidão.
Na sua corrosiva visão da loucura humana, Timão de Atenas assemelha-se a Coriolano pelo desencanto na constatação da prevalência da futilidade como denominador comum da vida. Ontem como hoje, conflitos políticos terminam em impasses ou na vitória dos oportunistas; a população e seus líderes são instáveis e medrosos; a virtude cede ao interesse. O retrato que Shakespeare faz de nós em Timão de Atenas é surpreendente na sua contemporaneidade. Na acuidade da reflexão e critica da natureza política e social da humanidade, por mais globalizada e digitalmente comprimida que esteja. No sarcasmo e desanimo para com a absurdidade trágica da vida. Neste sentido esta peça permanece sombria e desalentadora até o final, constituindo um severo retrato da vilania humana e da corrupção. A ganância humana, com a qual Timão de Atenas está tão ocupada, presta-se ao olhar contemporâneo, pela sua absoluta presença no nosso quotidiano. O que é depressivo na ganância é sua insidiosa normalidade A avareza não parece ordinariamente aterrorizadora, ela é só desagradável, ridícula e incrivelmente tenaz. Por isso, não é de estranhar que os personagens nesta peça, tal como num reality-show, são praticamente todos tipos ou abstrações sociais, despersonalizados e distantes. Não há vilões apenas fracos e tolos. Nuno Cardoso / Ao Cabo Teatro
Ficha Artística
Encenação: Nuno Cardoso
Tradução: Fernando Villas-Boas
Elenco: Afonso Santos, António Parra, João Melo, Joana Carvalho, Luís Araújo, Margarida Carvalho, Mário Santos, Miguel Loureiro, Pedro Frias, Rodrigo Santos e Sérgio Sá Cunha
Assistência de Encenação: Mafalda Lencastre
Cenografia: F Ribeiro
Desenho de luz: José Álvaro Correia
Figurinos: Fernando Nunes
Música: Pedro Lima
Direção de produção: Ao Cabo Teatro e Marca de Água
Coprodução: Teatro Municipal do Porto, São Luís Teatro Municipal