Promotor
Câmara Municipal de Loulé
Sinopse
Encenação de Marco Martins
Com Beatriz Batarda, Luísa Cruz e Sara Carinhas
O ar é nauseante. Mas elas respiram-no.
A partir do momento em que a patroa se ausenta, a fantasia rasga-se no imaginário de duas irmãs, que se transportam para longe das suas próprias vidas, numa fuga urgente de um quotidiano miserável. Neste olhar de Marco Martins sobre o texto de Genet, o palco transforma-se num espaço de enclausuramento onde Beatriz Batarda, Sara Carinhas e Luísa Cruz três das mais reconhecidas atrizes portuguesas exploram as diversas identidades daquelas personagens em construção.
Para o encenador Marco Martins trabalhar a genialidade de Genet é, como dizia Luís Miguel Cintra no programa de A Varanda, tocar em tudo ao mesmo tempo, é um jogo perigoso, feito simultaneamente com todos os níveis da consciência. Da consciência humana, da consciência política, que, nunca é demais lembrá-lo já que está tão esquecido, nunca pode deixar de ser humana. Mas quantos níveis tem a consciência?.
E, de facto, As Criadas não pode deixar de ser lido como um texto iminentemente político. Não porque nos fala sobre a luta de classes e o desejo de ascensão social, como em algumas abordagens acontece, mas sim porque nos fala sobre o valor da liberdade e o confronto do indivíduo com o seu opressor, do infrator em permanente desafio à autoridade, evidenciando a brutalidade do crime como arma transformadora e a sexualidade desviante como forma de fazer tremer os alicerces das sociedades moralmente conservadoras.
As Criadas são o Genet marginal, o Genet órfão, o Genet perverso e politicamente controverso, o autor que resiste a definições. Talvez a grande força e beleza da obra do autor resida mesmo no facto de ela resistir a todas as interpretações e definições; de ela nos iludir através das suas relações íntimas com o percurso pessoal do autor a minha escrita não é autobiográfica mas as minhas personagens relacionam-se com as minhas experiências, dizia de forma provocadora numa entrevista.
Texto: Jean Genet / Encenação: Marco Martins / Tradução: Matilde Campilho / Com: Beatriz Batarda, Luísa Cruz e Sara Carinhas / Cenografia: F. Ribeiro / Figurinos: Isabel Carmona / Movimento: Victor Hugo Pontes / Desenho de luz: Nuno Meira / Assistente de desenho de luz: Cárin Geada / Sonoplastia: Sérgio Milhano / Direção de produção: Narcisa Costa / Produção: Arena Ensemble / Co-produção: Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Viriato
Sessão de sábado (2 dezembro): 21h30
Sessão de domingo (3 dezembro): 17h00
Preços
Preço: 12 € / 10 € para maiores de 65 e menores de 30 anos
Cartão de Amigo aplicável