Produtor
Varazim Teatro - G.A. - Associação Cultural e Juvenil
Sinopse
"TOM Hoje em dia o mundo é atravessado por relâmpagos que o iluminam! Apaga as velas, Laura - e adeus..."
Jardim Zoológico de Vidro, Tennessee Williams
Derrotados, sim, abandonados, sem hipótese, deixados para trás, com a electricidade cortada e contas por pagar, vencidos: mas estes são os invencíveis, esses sonhadores que Tennessee Williams cantou.
Jorge Silva Melo
A peça passa-se num momento de mudança, mudança no mundo privado das personagens mas também no mundo público, como se repercutisse esta dor privada. Tal como nos diz Tom "Um casamento destruído pelo álcool, a ausência de filhos, mistérios e mentiras. Heranças, valores, filhos, sexo. E a doença, a morte. O que é a propriedade privada?". É um discurso que faz mais do que situar a peça, dá o contexto para o que, por contraste, deve parecer um drama menor. É um convite para ler os acontecimentos ironicamente e para ver no desejo de viver com ficções reconfortantes, em vez de enfrentar verdades brutais, uma estratégia condenada e, no limite, mortal. Pois, tal como Tom indica no mesmo discurso, quaisquer consolações ou distracções que existam - música swing, bebida, filmes, sexo, jardins zoológicos de cristal (este último sugerido pela referência de Tom a um lustre) - inundam o mundo com arco-íris que ele caracteriza como "breves" e "ilusório".