Promotor
Câmara Municipal de Loulé
Sinopse
No desporto assiste-se, muitas vezes, a verdadeiros espetáculos. Atores principais e secundários, audiências apaixonadas, drama, suor e lágrimas... como no teatro. Ao palco do Cine-Teatro Louletano chega O Nome da Rosa, espetáculo criado por Pedro Zegre Penim com Rosa Mota, a partir de um convite do Teatro Municipal do Porto.
Neste processo criativo, Pedro Penim começou por investigar um momento-chave da carreira da Rosa, que é também um marco do desporto mundial, a Maratona Feminina de Atenas de 1982, a primeira a ser disputada num evento oficial internacional e que Rosa venceu. O facto de ter acontecido na Grécia não é de todo inocente [Maratona é, segundo a mitologia, a cidade de onde parte Pheidippides, o mensageiro que deve anunciar, em Atenas, a vitória dos gregos contra os Persas. A distância entre as duas cidades marca, ainda hoje, a distância a percorrer pelos atletas]. Outro eixo importante é a palavra Meta, que em português designa o fim da corrida mas que é também a palavra grega da auto-referencialidade, do conceito sobre o próprio conceito. Penim quis ligar esse lugar do universo desportivo da Rosa a um lugar do seu universo criativo: um sintoma da criação artística mais recente que é o cansaço da meta (da metalinguagem, claro). O título do espetáculo refere-se ao romance do Umberto Eco que foi adaptado para o cinema. No último capítulo do livro, Adso, um ancião, olha para o seu passado e chega à conclusão de que todas as memórias e recordações que estimamos só nos lembram coisas que perdemos e que já não existem. E ilustra este pensamento com um provérbio em latim: stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus, e que significa: a rosa antiga permanece no nome, nada temos além dos nomes.
O espetáculo também pretende olhar para o passado da Rosa, para a sua vitória quase iniciática em Atenas, mas fazer desse momento e desse passado glorioso um caminho para a abertura de significados no presente, no momento do espetáculo. Nunca se trata de uma biografia narrativa e linear. É uma Rosa dentro de uma Rosa dentro de uma Rosa, que no fim corta a Meta.
Texto: Pedro Zegre Penim e Hugo van der Ding / Encenação: Pedro Zegre Penim / Com Rosa Mota, Mariana Magalhães, Pedro Zegre Penim, Hugo van der Ding, Joana Magalhães, Mafalda Banquart, Xana Novais, Luísa Osório / Som: Tiago Pinto / Desenho de luz: Rui Monteiro / Edição vídeo: Jorge Quintela / Operação vídeo: Hugo Moutinho / Produção: Teatro Municipal do Porto / Co-produção: Teatro Praga
Preços
Preço único: 5 €