Promotor
Universidade de Coimbra // Teatro Académico de Gil Vicente
Sinopse
Em E agora? vamos escalpelizar a atualidade através das palavras de Gonçalo M. Tavares e tentar perceber o que se está a passar neste nosso mundo:
“Será que o abstrato invadiu a Europa…
A velha economia era isto: duas vacas que se trocavam por mil galinhas; fábricas e máquinas, árvores que se vendiam ou compravam.”
Ficha Artística
Texto a partir de “Os cansados, os animais, os suicidas” “hotel, as cabeças rapadas” e “Matteo perdeu o emprego” de Gonçalo M. Tavares
Dramaturgia e encenação Pompeu José
Assistência de encenação Raquel Costa
Interpretação António Rebelo, Ilda Teixeira, José Rui Martins e Sandra Santos
Cenografia Pompeu José e Zétavares
Desenho de luz Paulo Neto
Música Miguel Cardoso
Sonoplastia Luís Viegas
Figurinos Coletivo
Desenho gráfico Zétavares
Adereços José Pereira e Carlos Fernandes
Fotografia de cena Carlos Fernandes, Ricardo Chaves e Carlos Teles
Informações Adicionais
Tem sido permanente em todo o percurso criativo do Trigo Limpo Teatro ACERT a colaboração com autores de língua portuguesa. O projeto “interiores”, desenvolvido de 2006 a 2008, visava essencialmente contribuir para o desenvolvimento da dramaturgia em língua portuguesa e ao mesmo tempo levar à descoberta de personagens que ajudassem a refletir sobre os distintos sinais da portugalidade contemporânea.
Nesse projeto um dos seis autores convidados foi Gonçalo M. Tavares que escreveu “as conferências do Sr. Eliot”, texto integrado no espetáculo “circOnferências”.
Dessa colaboração ficou a vontade de nos voltarmos a encontrar.
Esse desejo é agora concretizado.
Quando, o ano passado, pedimos ao Gonçalo M. Tavares um texto que servisse de base a uma nova peça do Trigo Limpo, estávamos longe de imaginar o que seria essa peça. Na conversa que então tivemos falámos do desemprego, da crise, da Europa e de um pequeno texto que ele tinha escrito, e ele ficou de remoer ideias e escrever o que quisesse.
Em junho deste ano, recebemos um conjunto de belíssimos textos a que ele chamou “os cansados, os animais, os suicidas”, e demos início à construção do espetáculo. Passámos nós a remoer ideias, mas ainda sem saber onde iríamos parar. Lemos, relemos, cortámos, acrescentámos pedaços de outros textos dele, até termos uma história, já nossa também, fruto da poética caótica do autor.
Temos por método de trabalho procurar, depois da história, o local teatral onde se vai desenrolar a ação. A partir daí fez-se luz. Facilmente se definiu o cenário. Uma primeira foto dos atores deu o pontapé de partida para a construção das personagens. A partir daí foi trabalho, porque isto da criatividade tem muita mão-de-obra, quem corre por gosto não cansa mas se queremos concretizar os nossos sonhos temos fazer por isso e trabalhar.
Chegámos a um espetáculo que nos surpreendeu.
Penso que criámos uma peça “três em um”.
Um conjunto de três quadros (X cenas) que estranhamente se unem e dão forma a uma história que estava escondida nas palavras do autor.
Partilhamos agora esta nossa criação com o público, conversando com ele do desemprego, da crise, da Europa, na tentativa de que no final do espetáculo alguém se levante e nos questione:
- E agora?