Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Trio inédito, carregado de história e mui pertinente, que triangula trajectórias distintas e cruzadas que têm na multiplicidade do jazz campo aberto para pontos de contacto e escape corajoso. Avan Mendoza é uma das mais relevantes guitarristas da actualidade, fruto de uma linguagem que desbrava continuamente novos espaços de acção que da formação académica se liberta e contagia por idiomas que vão do rock mais exploratório à visceralidade dos blues, ao noise e claro, ao jazz. Livre e fogosa, a sua música encarna tudo isso num assomo de técnica e espírito sem virtuosismos estéreis e vaidosos, antes numa expressividade feita de riffs e harmonias líricas, torrentes de ruído e inflexões improvisadas sem destino paridas da vontade. Com discos a solo onde se revela através de canções sentidas na distorção e na sua voz acutilante - ouçam-se os lamentos e exaltações de 'The Circular Train' - ou na liderança do rock intempestivo de Unnatural Ways, tem encetado inúmeras colaborações que passam pela presença no quarteto de Marc Ribot, no quarteto de guitarras de Bill Orcutt e com nomes como Ikue Mori, Matana Roberts, Carla Bozulich ou Fred Frith, de forma mais ou menos perene e com selo marcado por editoras como a Tzadik, Weird Forest ou Clean Feed.
Mais velho, Brad Jones é um contrabaixista/baixista e educador, cujo trabalho se tem enredado maioritariamente em torno do jazz nas suas mais diversas frentes. Originário de Nova Iorque, o percurso de Jones remonta a meados da década de 80, com presença regular até aos dias de hoje nos influentes The Jazz Passengers, combo mutável da cena East Village dessa cidade e por onde passaram nomes como Curtis Fowlkes ou John Zorn. Antes da viragem para este século formou os seus AKA Alias e o seu Brad Jones, estando mais recentemente investido no grupo Avant Lounge, para além do habitual rol de colaborações, que aqui passa tanto por Ornette Coleman ou Elvin Jones como por Elvis Costello. Know how absoluto e irradiante. Um pouco mais velho, mas de aura eternamente jovem, Hamid Drake é praticamente uma lenda viva da bateria e da percussão. Recolhendo influências e materiais da música Afro-cubana, Caribenha, Indiana ou Africana em várias latitudes, Drake tem desenvolvido desde a década de 70 uma linguagem plural e em constante expansão, num ofício abençoado que teve em figuras totémicas como Peter Brötzmann, William Parker, Don Cherry ou Michael Zerang parceiros recorrentes, numa lista vastíssima que, em tempos recentes continua a crescer ao lado de outras gerações com músicos como Luís Vicente ou Joshua Abrahams.
Abertura de Portas
18:30
Preços