Promotor
Câmara Municipal de Torres Vedras
Breve Introdução
"Primeiro percebemos que os resultados da disciplina de História no secundário estavam a piorar.
Depois quisemos perceber porquê. Depois perguntámo-nos porque é que um historiador se torna historiador. E assim nasceu este espetáculo."
No final no século XX, o historiador Eric Hobsbawm escrevia sobre “os jovens homens e mulheres [que cresciam] numa espécie de presente permanente, sem relação com o passado (...)” . À medida que o século XXI avança, inquietantes notícias dão conta de resultados cada vez piores na disciplina de História num país como Portugal, onde a disciplina de História nos poderia oferecer importantes lições para o hoje, para o aqui. O interesse pelo passado perdeu-se, talvez porque não seja clara a sua relação com o presente.
Entretanto, a História tende a repetir-se, acordando fantasmas do passado. Mas nem assim os mais velhos a conseguem explicar aos mais jovens. “Não estavas lá”, “Não viveste”, “Não consegues imaginar”, “Não sabes”, “Não percebes” - com estas frases se arruma de vez a curiosidade dos mais jovens e a esperança de que venham a interessar-se por esse tal passado. Este espetáculo do Teatro do Vestido é também sobre isso: sobre o desinteresse, as lacunas, as omissões, sobre investigações, sobre repreensões, sobre, enfim, o gosto ou o desgosto da disciplina de História e daqueles que a escrevem e a ensinam.
Quem são estas mulheres e estes homens que decidiram dedicar-se à escrita da história para que o futuro possa recordar e aprender com um passado que não viveu diretamente? Que ambiente se vive numa aula de História do ensino secundário em Portugal? Quantos braços se levantam quando a professora faz uma pergunta? E que História é essa que se conta nos manuais? Um programa de história é um retrato político do presente de um país e daquilo que se quer inscrever para o futuro.
Num mundo em que o passado é um país estrangeiro e o futuro fica ainda demasiado longe, Historiadores navega da forma única (política, poética e documental) do Teatro do Vestido, um mar de inquietações, perguntas e pistas para o que aí vem.
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Joana Craveiro
Cocriação e interpretação: Estêvão Antunes, Tânia Guerreiro, Tozé Cunha e Diana Ramalho, Jamila Oliveira, Mira Bulhões
Apoio Científico: Alice Samara
Espaço Sonoro: Francisco Madureira
Cenografia: Carla Martínez
Assistente de Cenografia: Diana Ramalho
Figurinos: Tânia Guerreiro
Iluminação:João Cachulo
Conteúdos vídeo e operação de Vídeo: José Torrado Assistente de encenação: Mira Bulhões
Direção de Produção: Alaíde Costa
Preços