Promotor
OPART - Organismo de Produção Artística, EPE
Breve Introdução
Ciclo Camões
8 nov | 19h
Lisboa Academia das Ciências de Lisboa
Madrigais Camonianos
Gioachino Rossini Quartetto pastorale; I gondolieri; La passeggiata
Camille Saint-Saëns Deux Choeurs, Op. 68
Francisco de Lacerda Amar
Luís de Freitas Branco Doces Lembranças; Qual tem a Borboleta; No Mundo; Num Bosque
Eurico Carrapatoso Vita brevis; Quatro cantos do mundo [estreia, encomenda TNSC]
Piano Kodo Yamagishi
Direção musical Giampaolo Vessella
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
O programa do concerto é bipartido, uma parte dedicada à música de dois compositores de ópera, Rossini e Saint-Saëns, e uma segunda parte, dedicada à música portuguesa e a Camões nos 500 anos sobre o seu nascimento.
Foi em 1524 que nasceu o mais genial poeta da língua portuguesa: Luís Vaz de Camões, Uomo Universale português. Soldado, brigão, namoradeiro, crítico, irreverente, Camões teve uma vida rica em aventuras e viagens, e todas estas experiências alimentaram a sua obra poética de uma forma única, que continua a comunicar connosco pelo modo como aborda a condição humana.
Depois de se retirar prematuramente da composição de óperas, Gioachino Rossini (1792-1868) foi autor, já no final da sua vida (entre 1857 e 1868) de um conjunto de elegantes obras para salão que ironicamente intitulou Péchés de Vieilles (pecados de velhice), por oposição aos convencionais pecados de juventude. Entre estas, encontram-se vários quartetos vocais acompanhados ao piano.
Camille Saint-Säens (1835-1921) compôs Calme des nuits e Les fleurs et les arbres em 1883. Deux Choeurs op. 68 é um díptico profundamente expressivo, que capta na perfeição o carácter da noite e a frescura primaveril.
O compositor açoriano Francisco de Lacerda (1869-1934) alia a linguagem romântica à inspiração popular portuguesa, nomeadamente nas suas Trovas, um conjunto de canções para canto e piano onde a língua portuguesa é exaltada.
Luís de Freitas Branco (1890-1955) honrou a poesia de Camões pensando em diferentes agrupamentos e de várias formas, entre as quais, os dois ciclos de Madrigais Camonianos que escreveu. Doces Lembranças; Qual tem a Borboleta; No Mundo e Num Bosque fazem parte do 1.º ciclo, para coro misto a cappella (1930-1943).
Eurico Carrapatoso (1962) abordou igualmente a condição humana na obra Vita Brevis (2015), reflexão poético-musical sobre a vida a partir de poemas de William Blake.
Em Quatro Cantos do Mundo, encomenda do São Carlos para celebrar o 80.º aniversário do Coro, são evocadas quatro geografias distintas: Timor, Brasil, Angola e Todo o Alentejo deste mundo. A obra, encomendada pelo São Carlos, foi escrita em três versões: coro e orquestra, coro a capella e coro e piano, que será estreada neste concerto.