Promotor
Câmara Municipal de Loulé
Sinopse
O que é ser cidadã, cidadão? Pertencer a uma terra e apenas nela ter o direito a exercer a sua cidadania? Onde fica a “minha” terra? E a “tua” terra, onde é? Quem ou o quê tem o poder de definir onde é a terra de alguém? É possível localizar o começo de alguma história?
Volta para a tua terra é um projeto de criação de Keli Freitas, brasileira residente em Portugal, no qual, a partir da busca pela sua bisavó portuguesa, desafia as ideias de imigração e pertença.
O espetáculo marca o segundo episódio de uma trilogia de buscas por mulheres da sua árvore genealógica através de viagens a lugares que habitaram. Viagens que fazem falar, de alguma forma, a sua história comum.
O primeiro episódio da trilogia chama-se Adicionar um lugar ausente e foi criado a partir dos registos documentais da viagem feita à cidade onde nasceu: Três Corações, em Minas Gerais, Brasil. Ao revisitar a cidade no dia do seu 33º aniversário, Keli articula imagens do lugar desconhecido com os diários da sua falecida mãe, que tinha precisamente 33 anos quando ali deu à luz. Adicionar um lugar ausente estreou no Teatro São Luiz, em Lisboa, em 2020.
Em diálogo com a criação da trilogia, Volta para a tua terra é também a decisão de uma ligação a acontecer num tempo e geografia específicos: o encontro com a sua bisavó Virgínia, nascida em 1900, em Torres Vedras. No dia em que se completariam 120 do nascimento da bisavó, Keli vai a Torres Vedras e é a partir desses registos que começa a elaboração deste trabalho.
Na sua conceção formal, Volta para a tua terra é uma performance-conferência documental de invenção; é uma peça de teatro, mas é também um concerto a que os músicos faltaram e o pedaço de um filme que se perdeu. Como escreve a poeta Wislawa Zymborska, “Cada começo é só continuação, e o livro dos eventos está sempre aberto a meio”.
Ao lado e além deste dado autobiográfico entre bisavó e bisneta, o trabalho é vocacionado pelo desejo de trazer ao centro do debate a crescente xenofobia na Europa contemporânea – mais especificamente, a xenofobia contra brasileiros em Portugal. Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, aproximadamente 400 mil brasileiros vivem hoje em Portugal. Este espetáculo é a abertura de um espaço onde pelo menos algumas destas vozes encontram escuta.
Tristemente, a realização desta obra coincide com o momento em que as denúncias de xenofobia contra imigrantes brasileiros cresceram 505% em apenas um ano, segundo balanço da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial Portuguesa. Volta para a tua terra é uma peça que resulta de uma bolsa conjunta entre o Cineteatro Louletano, o Centro Cultural Vila Flor e O Espaço do Tempo. O projeto, chamado Projeto Casa atribui um valor monetário aos vencedores e dá-lhes condições para circularem com novas condições.
Ficha Artística
Texto e Direção: Keli Freitas
Interpretação: Ana Gigi e Keli Freitas
Apoio à Criação: Atena Barbosa
Apoio à Dramaturgia e Direção Musical: Mariana Ricardo
Cenografia e Figurinos: Elsa Romero e Manu Curtiss
Desenho de Luz: Ariene Godoy
Direção de Produção: Sofia Estriga
Produção: Além Mundus – Associação Cultural
Residência de Coprodução: O Espaço do Tempo e A Oficina
Coprodução: O Espaço do Tempo, A Oficina e Cineteatro Louletano, no âmbito do Projeto Casa
Informações Adicionais
A Fila B do 1.º Balcão e as Filas B e E do 2.º Balcão apresentam visibilidade reduzida.
Preços
Preço: 10 €
Descontos Disponíveis:
» Entrada gratuita para todas as pessoas com necessidades específicas, crianças até aos 12 anos e portadores do cartão sénior da Câmara Municipal de Loulé (disponível apenas mediante levantamento de ingresso na bilheteira física)
» Cartão de Amigo e Cartão Jovem Municipal Loulé aplicáveis (benefícios CJM Loulé disponíveis apenas na bilheteira física)
» 50% para funcionários da Câmara Municipal de Loulé, mediante a apresentação de cartão (disponível apenas na bilheteira física)
» 50% para Bilhete de Grupo (10 pessoas, disponível apenas na bilheteira física)
» 30% para acompanhante de pessoa com necessidades específicas, maiores de 65 anos e menores de 25 anos