Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Laetitia Sadier
A confusão entre os Stereolab e Laetitia Sadier não incomoda. Parte da identidade da banda está em volta da sua voz, boa parte da carreira a solo da música francesa está associada a uma ideia de continuação daquilo que existia nos Stereolab. A parte do não incómodo prende-se por ser música que nos deixa felizes, há uma sensação de não envelhecimento ao ouvir Sadier/Stereolab. Um Santo Graal em forma de música, comprimido pop. Leva-nos a um sítio, qualquer que seja a nossa idade: em parte explica-se pela forma como eles, e depois ela, exploraram diferentes géneros musicais ao longo de mais de quatro décadas. É música que toca num nervo qualquer - dos bons - e comunica directamente ao coração. Envelhece connosco, mas a música não envelhece. Nem dá para imaginar a satisfação de um miúdo que descobre hoje os Stereolab e parte daí à descoberta.
Essa alegria continua a existir em Sadier. É um milagre. “Rooting For Love”, editado neste ano, relembra-nos disso. Desde 2017 - “Find Me Finding You” - que não tínhamos notícias a solo, em parte porque os Stereolab reanimaram-se em 2019 para concertos e para reeditar toda uma discografia que nos trouxe de volta à hauntology antes da hauntology, quando parecia coisa viva e em mudança. Sadier manteve essa vontade de mudança, mesmo que a mudança se reflita por deixar as coisas na mesma: criar canções doces que se contradizem nas letras, aí carregadas de ideias e críticas ao presente. Pela sua voz ouvimos doces envenenados, qual feiticeira a aliciar-nos para algo proibido; nos instrumentais somos conduzidos a uma infinitude de universos musicais que soarão sempre frescos, radicais e influentes. Um bom caso de tudo na mesma, há mais de trinta anos, porque esse tudo na mesma também nos diz que continuamos a entrar pelas portas que as melodias da voz de Sadier abrem. AS
Luciana Rizzo
Luciana Rizzo (n. 1990) é artista sonora e musicista. Vive e trabalha em Buenos Aires. Estudou Composição com Meios Electroacústicos na Universidade Nacional de Quilmes. Como instrumentista desde os 16 anos, encontrou o seu lugar na experimentação e improvisação como linguagem. Tocou em vários projectos de grupo e, ao mesmo tempo, começou a desenvolver um conjunto de solos assentes em baterias híbridas, samples e gravações de campo que se movem entre canções, ambientes e improvisações. Ultimamente, tem-se dedicado à produção de documentários sonoros e peças radiofónicas.
O seu set é composto por pequenos sinos, jingles e feedback produzidos usando os corpos da bateria como membranas ressonantes. É um set acústico, de aproximadamente 25′, com o objectivo de alargar a experiência auditiva do público.
Abertura de Portas
21h30