Promotor
Câmara Municipal de Santarém
Sinopse
GUSTAV MAHLER – SINFONIA Nº2 - "RESSURREIÇÃO"
ORQUESTRA FILARMÓNICA PORTUGUESA &
CORO SINFÓNICO LISBOA CANTAT
Se a Primeira Sinfonia nos coloca no meio da Natureza, aí inserindo um herói que acabará por morrer, na Segunda Sinfonia Mahler retoma este herói, celebrando primeiro as suas cerimónias fúnebres para posteriormente o resgatar do mundo dos mortos, elevando -o a uma ressurreição poderosa e envolvente. A ambição extramusical de tal projeto é certamente desmesurada e a sua realização musical levou Mahler a desenvolvimentos formais e instrumentais sem precedentes na história da música, incluindo dez trompas, dez trompetes e uma “orquestra longínqua”. Enquanto os seus contemporâneos Brahms e Bruckner permanecem sempre “apenas” músicos, Mahler abre as suas obras a uma panóplia infindável de associações e referências filosóficas, literárias, artísticas e religiosas. Neste sentido, revela-se um exemplo paradigmático do compositor “culto”, aquele que sabe tornar musicalmente frutuosa toda a imensa bagagem cultural que transporta dentro de si. No caso da Segunda Sinfonia, tais referências culturais vão desde dramas de Adam Mickiewicz (no primeiro andamento) até à poesia de Klopstock (no andamento final), passando por rituais fúnebres pré-cristãos, pelo impacto da morte de Hans von Bülow, pela poesia da colectânea da Trompa Mágica do Rapaz, pela prelecção de Santo António aos peixes, pelo Juízo Final e pela ressurreição de Cristo.
Nas palavras de Gustav Mahler, o quinto andamento – Im Tempo des Scherzos: Wild herausfahrend – é uma visão do Juízo Final: “É a voz do mensageiro. O fim de todas as formas de vida chegou, o juízo final anuncia-se e o terror do dia de todos os dias instala-se. A terra treme, os túmulos abrem-se, os mortos levantam-se e caminham em cortejos infindáveis para o julgamento final. Os grandes e os pequenos, os reis e os pedintes, os justos e os injustos – todos vão para lá. Todos têm a mesma angústia, pois diante de Deus ninguém é justo. O apelo para misericórdia e perdão ouve-se, terrível e assustador, à nossa volta. Finalmente, no meio de grande confusão e de dolorosos clamores, ouve-se um grito estridente, cortando o ar: é o pássaro da morte, que sai da última campa, para morrer ele próprio. Ergue-se então um coro quase silencioso, a cappella: não há nenhum julgamento, nenhum pecador, nenhum juiz, ninguém é pequeno, ninguém é grande, não há nem castigo nem recompensa! Um sentimento todo-poderoso de amor apodera-se de nós com bem-aventurados Conhecimento e Ser.”
Mahler estava à procura de um texto sobre a ressurreição para completar a sinfonia e encontrou inspiração no poema Die Auferstehung de Friedrich Gottlieb Klopstock (1724-1803), ao qual adicionou pequenas alterações e completou com versos da sua própria autoria.
Os versos originais de Mahler indicam claramente, no entanto, que não se trata aqui somente dos dogmas cristãos da ressurreição, mas sim do “processo criativo infinito” – o “Morre e devém!” de Goethe e de Jakob Böhme, um desejo de redenção existencial e de imortalidade espiritual.
Biografias
ORQUESTRA FILARMÓNICA PORTUGUESA
O ano 2022 foi muito especial para a Orquestra Filarmónica Portuguesa (OFP), tendo sido recheado de enormes sucessos. A convite do Institut Français de Culture a OFP apresentou-se no Théatre des Champs Élisées num concerto integrado na temporada da Saison Croisée France/Portugal 2022, marcando desta forma, na famosa sala de Paris, a sua estreia internacional. Ainda nesta cidade e a convite da UNESCO, a OFP realizou um memorável concerto na sede desta importante organização mundial, integrado no programa de comemoração do Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio de 2022), o qual foi gravado e transmitido para todo o Mundo em STREAMING.
Enquanto líder do projeto “Sounds of Change” que envolve parceiros da Alemanha, Espanha, Eslovénia e Sérvia, viu a sua candidatura selecionada pelo programa Europa Criativa da União Europeia, sendo um dos (apenas) vinte projetos que foram apoiados entre muitas centenas de candidatos. Para mais informações sobre este projeto, consultar o site https://soundsofchange.eu.
A convite de alguns promotores alemães, a internacionalização da orquestra terá continuidade em 2023, com especial destaque para a presença na mítica sala da Filarmónica de Berlim.
No biénio 2023/2024 a Orquestra será apoiada pela Direção-Geral das Artes através do Programa de Apoio Sustentado às Artes. Anteriormente, os projetos de Criação e Internacionalização da OFP já haviam também sido apoiados pela DGArtes, nos concursos pontuais de 2021 e 2022.
A Orquestra Filarmónica Portuguesa já se apresentou em praticamente todo o território nacional, com algumas das mais importantes obras do repertório sinfónico e grandes solistas internacionais, destacando -se os concertos regulares no CCB, Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, Altice Arena (somos orquestra associada desta sala) e Campo Pequeno, em Lisboa, Coliseu do Porto, Casa da Música, Salão Árabe do Palácio da Bolsa, Jardins de Serralves e Museu Romântico, no Porto, Europarque (Santa Maria da Feira), Theatro Circo (Braga), Convento S. Francisco (Coimbra), Teatro Sá de Miranda (Viana do Castelo), Teatro Municipal de Bragança, Teatro Viriato (Viseu), Teatro Municipal da Guarda, Centro de Congressos de Santarém, Centro Cultural Olga Cadaval (Sintra), Teatro das Figuras (Faro), Teatro TEMPO (Portimão), Teatro Aveirense (Aveiro), Auditório de Olhão, Centro Cultural do Arade (Lagoa) e participação anual na maioria dos principais festivais de música nacionais.
A OFP tem apoiado de forma consistente os jovens solistas nacionais e já encomendou e estreou 15 obras de autores nacionais e internacionais com destaque para o apoio às jovens compositoras nacionais Ana Seara, Anne Vitorino d´Almeida, Fátima Fonte, Ana Ataíde Magalhães, Camila Salomé Menino, Sara Ross e ainda Carlos Azevedo, Alexandre Delgado, Luís Tinoco, Rafael Diaz e Nuno Guedes Campos . Vai estrear nos próximos dois anos quatro grandes obras sinfónicas, um bailado e uma ópera na celebração dos 50 anos do 25 de abril.
Fundada em maio de 2016 por Osvaldo Ferreira, a Orquestra Filarmónica Portuguesa é amplamente reconhecida, pelo público e pela crítica, como uma das melhores orquestras sinfónicas nacionais. Os elevados padrões de qualidade e de exigência impressos desde a sua génese, levam-na a integrar um conjunto de músicos de elevado nível técnico e artístico das mais variadas nacionalidades, como sejam instrumentistas premiados em concursos nacionais e internacionais, ex-integrantes da Orquestra Jovem da União Europeia e músicos estrangeiros residentes em Portugal.
A Orquestra Filarmónica Portuguesa conta com a Direção Artística do maestro Osvaldo Ferreira, um dos mais representativos chefes de orquestra nacionais da atualidade.
CORO SINFÓNICO LISBOA CANTAT
O Coro Sinfónico Lisboa Cantat (CSLC), dirigido desde 1986 pelo maestro Jorge Carvalho Alves, é o herdeiro natural do coro fundador da Associação Musical Lisboa Cantat: o Coral Caminhos Novos, nascido em 1977, que, mais tarde, se passaria a chamar Coral Lisboa Cantat. Na década de 1990, sentindo que o panorama amador em Portugal carecia de coros que pudessem apresentar grandes obras corais sinfónicas acompanhadas de orquestra, apostou-se conscientemente na expansão deste coral, que até então contava com cerca de 40 elementos.
Adoptou-se então a designação Coro Sinfónico Lisboa Cantat para, paulatinamente, se alcançar a formação sinfónica que apresenta hoje, com cerca de 80 elementos. Estavam assim reunidas as condições para o CSLC abraçar os desafios que se seguiram. O sentido de rigor e exigência na abordagem do reportório e o estabelecimento de algumas parcerias importantes permitiram que o CSLC se apresentasse em palco com obras como a Missa Solemnis de Beethoven ou A Criação de Haydn, passando por A Sea Symphony de Vaughan Williams ou A Paixão Segundo São João de Bach, tendo mesmo sido coro associado do Centro Cultural de Belém na temporada de 2010/11.
Destaca-se neste contexto a parceria já longa com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, mas o CSLC tem-se apresentado também com outras orquestras de grande qualidade como a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, a Orquestra Sinfónica Portuguesa ou a Orquestra XXI. Foi dirigido por maestros nacionais e estrangeiros, como Cesário Costa, Osvaldo Ferreira e Vasco Pearce de Azevedo ou Enrico Onofri, Leonardo García Alarcón e Theodor Guschlbauer, nos mais reputados palcos nacionais, como o Grande Auditório do CCB, a Casa da Música do Porto ou a Basílica do Palácio Nacional de Mafra.
Apesar desta forte vertente sinfónica, o CSLC trabalha também repertório a capella, tanto nacional como estrangeiro. Neste contexto, considera extremamente importante a aposta na música e nos compositores portugueses, pelo que é com orgulho que contribui para o projeto que a Associação Musical Lisboa Cantat tem promovido nos últimos anos no sentido de gravar harmonizações por compositores portugueses contemporâneos, bem como a integral da obra coral a capella de Fernando Lopes-Graça.
Abertura de Portas
30 minutos antes do espetáculo
Horário de Funcionamento
3ª a 6ª feira: 10:00-12:00 e 14:00-16:00 | ENCERRA: Sábado, Domingo, Segunda e Feriados
Nos espetáculos a realizar em horário de encerramento, a bilheteira abre 1 hora antes.
Informações Adicionais
Para adquirir bilhetes para portador de cadeira de rodas, por favor, contacte a bilheteira do Teatro Sá da Bandeira de Santarém terça a sexta: 10:00-12:00 e 14:00-16:00 | ENCERRA: sábado, domingo, segunda e feriados (através do telefone 243 309 460, ou envie email para teatrosabandeira@cm-santarém.pt).
Classificação etária: M/12. Não é permitida a entrada a crianças com -3 anos. Ao abrigo do art.º 26 do decreto-lei 23/2014 de 14 fevereiro, os menores de três anos só podem assistir aos espetáculos classificados para todos os públicos desde que a lotação do recinto seja reduzida em 20%.
NÃO É PERMITIDA A ENTRADA NA SALA APÓS O INÍCIO DO EVENTO.
- Agradecemos a verificação dos bilhetes no momento da compra.
- Não se efetuam trocas ou devoluções.
- Não é permitida a entrada a espectadores portadores de objetos considerados perigosos
ou acompanhados por animais, com exceção de cães-guia.
- Não é permitido qualquer registo áudio ou vídeo sem autorização prévia.
- Mantenha o telemóvel ou outros equipamentos eletrónicos desligados durante o evento.
- O bilhete deve ser conservado até ao fim do evento.
- Não é permitido o consumo de alimentos e bebidas na sala.