Promotor
Teatro Municipal Joaquim Benite
Breve Introdução
‘Chuvinha’ é o nome artístico de uma cantora cujo estilo musical se situa entre o afro-beat e o hip-hop. Estamos num estúdio de gravação e, para desespero dos produtores, a própria Chuvinha tarda em chegar à sessão: será que vai comparecer? Os músicos que a acompanham já estão a postos, e vão-se entretendo com picardias entre si. A identidade destes jovens é construída à imagem das figuras que vêem na televisão e que ‘seguem’ nas redes sociais. Os seus heróis são os músicos anti-sistema cuja imagética reproduzem como podem — e que não fazem mais do que instigá-los à revolta, sem lhes apontarem caminhos. As referências destes rapazes não vão muito além dos subúrbios em que cresceram. Querem expressar-se, mas não sabem como: falam de si próprios na terceira pessoa, como os jogadores de futebol. E, no entanto, todos ambicionam o êxito, sem que algum deles seja capaz de concretizar o que os faz sonhar — para além, claro, das roupas de marca, das jóias espampanantes, e dos carros potentes em que desfilam os seus ídolos nos telediscos. A dada altura Chuvinha entra de roldão pelo estúdio adentro, escoltada por um polícia. Esta peça é também sobre as peripécias e as tensões que envolvem a gravação do seu hit mais ‘poderoso’: A bunda preta da Chuvinha. E ainda sobre o desastre, que assalta estes jovens quando as suas frustrações fazem com que a raiva cresça de forma incontrolável — e não atinja o alvo certo.
Ficha Artística
Texto e encenação de Rodrigo Francisco | a partir de Ma Rainey’s Black Bottom, de August Wilson
Interpretação Afonso de Portugal, Diogo Bach, Djucu Dabó, Duarte Grilo, Erica Rodrigues, Ivo Marçal, João Cabral, João Farraia, Pedro Walter
Música Afonso de Portugal
Dramaturgia Lourenço Macedo
Cenografia e figurinos Céline Demars
Desenho de luz Guilherme Frazão
Assistência de cenografia e figurinos Ricardo Varela