Promotor
Associação Zé dos Bois
Breve Introdução
Royal Bermuda
Há pessoas que nascem com um velhinho dentro delas. Não um velhinho qualquer, um com uma vontade incansável de procura e de inovação que, de velhinho, apenas tem uma visão alargada pela memória e, por arrasto, tradição. Os Royal Bermuda encarnam esse tipo de pessoa ou personagem. Compostos por André Parafina e Diogo Esparteiro, exploram caminhos do folclore português, por via do fado, mas também do, mais recente, blues importado, através das suas guitarras. Foi isso que entregaram em “Sempiterna”, álbum que editaram em setembro em digital e CD, e que agora apresentam ao vivo na Zé dos Bois.
“Sempiterna” corre ao longo de onze canções sempre com essas duas guitarras (por vezes há percussão, como em “Nha Preta”). Na música há uma conversa constante entre os instrumentos, como se só pudessem existir ao mesmo tempo, num bate bola de ideias rápidas e intensas. A tradição ocorre não apenas pelo som, ao que soa, mas pelo imaginário constante que assombra as canções. Liberdade e boémia, pensa-se em casa de fados, mas também em libertinagem num qualquer road movie feito em Portugal. Ou seja, é aqui que o velhinho inovador entra, aos Royal Bermuda interessa menos a revisitação e mais o novo que nasce a partir desse ponto de inspiração: a tradição, a nostalgia, o pesar fluente da memória. Fazem-no com leveza, isto é, passando a sensação de que esta música é concebida para ser ouvida num palco e em convívio. Criada para partilhar e transmitir, os onze temas de “Sempiterna” são uma viagem por vários pontos da memória instrumental portuguesa, resumindo em detalhe alguns dos seus vários aspectos, para serem comunicados e vividos no acto nobre do palco. De outra forma não poderia ser, afinal a música dos Royal Bermuda, viaja de Carlos Paredes até aos Dead Combo e constrói algo com horizonte no presente. AS
José Rego
Uma viagem em torno da procura de (re)descoberta de um personagem real, numa cidade de aparente cosmopolitismo, de geografias estranhas, onde os territórios têm itinerários e volumetrias profundamente encerradas sobre si mesmas. Após dois anos da atuação na ZDB em 2020, José Rego apresenta-se novamente com a companhia de João Galvão na sonoplastia para uma experiência extrasensorial, onde o espaço de apresentação é a personagem principal, procurando levar o espectador por uma viagem quase cinematográfica em que o diálogo é construído, com cada um de nós, na leitura dos signos que nos oferece o vibrar das cordas da guitarra. Uma experiência inédita que resultou de um processo longo e metódico prometendo seguir-se da edição das primeiras composições com lançamento previsto ainda este ano.
Abertura de Portas
21h00