Promotor
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Breve Introdução
Xenakis, Vida e Música extraordinárias
Pléïades de Iannis Xenakis pela Orquestra de Câmara Portuguesa
Em 2022 é celebrado o centenário do nascimento de Iannis Xenakis (1922–2001), o polímata grego: compositor, arquiteto, engenheiro e visionário. Dos seus interesses múltiplos e infinitos – passando pela matemática, astronomia, informática, inclui-se a música do Bali, tradição musical que visitou em 1972 (juntamente com Toru Takemitsu e outros artistas) e que impulsionou a criação de Pléïades (1978), uma das mais belas e arrojadas obras deste gigante da música do séc. XX.
Escrita para um sexteto de percussão, a obra evoca duplamente o aglomerado de estrelas azul quente da constelação de touro, assim como na mitologia grega, as irmãs-ninfas filhas do titã Atlas e Pleione, a filha do oceano. Inspira-se igualmente nos membros do grupo responsável pela estreia da obra, os lendários Les Percussions de Strasbourg. A obra é uma odisseia de contrastes (da simplicidade de uma canção de embalar a incessantes explosões de cor e ritmo), dividindo-se em quatro andamentos: “Claviers” (marimba, vibrafone, xilofone), “Peaux” (agregados de poderosos tambores de diversos âmbitos), “Mélanges” (todos os instrumentos que compõem a obra) e "Métaux", que explora um instrumento criado para esta composição, agora (seis deles) construídos especificamente para este concerto: sixxen (six: seis / xen: Xenakis), um metalofone gigante, inspirado no gamelão da Indonésia, colocando a percussão, com esta obra maior do séc. XX, no centro da exploração musical contemporânea.
Conversa pré-concerto com Mâkhi Xenakis e Pedro Carneiro
Apaixonado pela matemática, literatura e música, Iannis Xenakis (1922–2001) estudou na Escola Politécnica de Atenas enquanto exercia intensa atividade de resistência antifascista durante a II Guerra Mundial. Na guerra civil que se seguiu ao fim da ocupação nazi alemã, foi ferido e perdeu a visão de um olho. Condenado à morte, foi forçado a abandonar a Grécia. Chegou a França em 1947, entrando no estúdio de Le Corbusier como engenheiro. A matemática inspirou toda a sua obra arquitetónica e musical. Xenakis transformou assim o século XX com a sua criatividade e génio. Pedro Carneiro e a filha do criador, Mâkhi Xenakis, traçam o seu retrato, conduzindo-nos até à obra central da noite: a epopeia percussiva Pléïades.