Promotor
Ágora - Cultura e Desporto do Porto, E.M., S.A.
Breve Introdução
Jadis, si je me souviens bien, ma vie était un festin où s'ouvraient tous les curs, où tous les vins coulaient. (J.A. Rimbaud)
Existe a doença e existe o esconder a doença. A primeira é um Real a lidar, um modo de existir do humano. A segunda procria subterraneamente o monstruoso. É uma escolha ética. Il faut être absolument moderne. Não espanta assim que o Real do Bailarino como Retrato seja a insanidade. Uma cobardia insana que persegue a pacificação no morto retratar de formas mortas. Ou no morto retratar de que não deseja ser uma forma morta, demonstrando o oposto do desejo. Voici le temps des assassins. Conseguiremos a lida de reverter e inverter, de retratar a destruição do Retrato? De eliminar as nobrezas e burguesias desaparecidas, vestidas de púrpuras e veludos, que o Retrato nasce para servir? Pode o Retrato queimado, retalhado, seduzido por si como Narciso, experienciar em um momento a sua própria dissolução? Afogar-se nas águas? Se o que não é Retrato conseguir destruir um ínfimo do Retrato pode acontecer que as raízes do retrato soçobrem um ínfimo. Assim, o paradoxo que perseguimos nesta criação - O que é um Bailarino/a que tem de dançar tudo o que não se dança a si mesmo enquanto se dança a si mesmo.
J'ai tendu des cordes de clocher à clocher ; des guirlandes de fenêtre à fenêtre ; des chaînes d'or d'étoile à étoile, et je danse. Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão