Promotor
Centro Artes Espectáculo de Viseu, Assoc. Cult. Pedag.
Sinopse
«Um homem já morto vem ao teatro mostrar os momentos finais da sua vida e explicar porque se suicidou. Vemo-lo com a sua mulher a preparar-se para se entregarem ao fascínio mórbido que têm para com o passado e o presente. Por entre evocações líricas do passado que explodem a todo o momento o casal avança na compreensão da hipocrisia esquizofrénica que regula a sua vida: alternando entre aquilo que desejam à noite e aquilo que aceitam de dia. A mulher não aguenta esta compreensão e suicidar-se-á por um hálito de ar. O homem prosseguirá até ao dia em que leva uma rapariga para casa e tenta cumprir o mesmo tipo de ritual com ela. A sua intenção é violentamente interrompida e ele é fulminado por um súbito e inexplicável ataque que o faz desmaiar. A rapariga foge. Quando acorda o homem encontra-se sozinho, veste as roupas da rapariga e suicida-se lentamente.»
FRANCO QUADRI
«“Orgia” é uma tragédia contemporânea sobre a diversidade, a identidade pessoal e a procura por liberdade numa sociedade opressora, controladora e reguladora. Não é uma história pornográfica ou erotizada, “Orgia” é um poema a várias vozes, é um teatro de palavras conjugadas pela carne. Espera-se que o espectador oiça mais do que veja. As personagens são ideias a serem ouvidas, exprimindo os temas preferidos de Pasolini. No seu Manifesto por um novo teatro, o autor defende uma terceira via entre o teatro burguês convencional e o teatro experimental, o teatro da palavra que remete explicitamente para o teatro da democracia ateniense, saltando completamente toda a tradição do teatro burguês. O teatro da palavra não tem nenhum interesse espetacular, mundano, o seu único interesse é cultural, comum ao autor, aos atores e aos espectadores, que quando se reúnem, cumprem um Rito Cultural.»
Nuno M Cardoso
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Pasolini, no final das primeiras apresentações de “Orgia”, conversava com o público com a convicção do Teatro como diálogo e não como produto de consumo da Cultura de Massas. Na continuidade desses momentos democráticos de partilha abrem-se estas conversas no espírito da Ágora ateniense para (re)descobrir (novos) sentidos poéticos e políticos à obra deste autor.
Ficha Artística
Direção Nuno M Cardoso
Interpreta
ção Albano Jerónimo, Beatriz Batarda, Marina Leonardo ·
Instalação Ivana Sehic ·
Luz Rui Monteiro ·
Apoio aos figurinos Sara Miro
Direção de produção Francisco Leone ·
Produção executiva Luís Puto ·
Produção Teatro Nacional 21 ·
Coprodução A Oficina e Teatro Viriato ·
O Teatro Nacional é uma estrutura financiada pela DGArtes | Ministério da Cultura
© Nuno M Cardoso
Informações Adicionais
18 MAR // após espetáculo // CONVERSA com os artistas
19 MAR // após espetáculo // Boca Livre com Pedro Marques
“Boca Livre” é um espaço de conversas regulares com artistas que ocupam o palco do Teatro Viriato sobre as obras que estão a desenvolver ou temas prementes da atualidade com os quais as suas obras se relacionam.
ESTREIA