Promotor
Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Sinopse
Imprimimos as nossas identidades na palavra, por isso revemo-nos no teatro narrativo. Contamos às abelhas, porque dizem que são elas as mensageiras entre o mundo trivial e o mundo espiritual. Estes bichos pequeninos, tal como o teatro, são essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas e fazem-nos lembrar a importância das pequenas acções, dos detalhes e da força do colectivo, sem elas e o seu trabalho microscópio, o mundo extingue-se, tal como a civilização se extinguirá na ausência da arte, esse legado microscópio. É narrando, ouvindo e acreditando em histórias que resignificamos a realidade e produzimos sentido e coesão social na comunidade. "Contar às abelhas" ao mesmo tempo que sintetiza, expande o símbolo, a acção e o discurso por um mundo mais lúdico e empático.
Este espectáculo de teatro narrativo encontra na lenda Celta de contar às abelhas, o propósito da oralidade nos tempos de hoje. Dela fazem-se novas narrativas para atravessarem os tempos, tal como as mitologias, as lendas e as fábulas o atravessaram. O teatro narrativo encontra na palavra a possibilidade de re-invenção da realidade e na relação com o público - uma relação horizontal e democrática - a possibilidade de reinvenção da polis. Proporciona um tipo diferenciado de experiência e para isto busca, além do espaço do teatro, espaços diferenciados e contextos menos evidentes.
Da simbologia destes pequenos seres voadores, sábios e multiplicadores parte a reflexão sobre a arte, sua resistência e inutilidade. Do jogo dramatúrgico entre fontes da oralidade e do texto escrito, parte fundamental da linguagem que a Algures tem vindo a pesquisar desde a sua fundação, nasce o fio dramatúrgico deste espectáculo na qual a mitologia indígena brasileira funde-se à lenda Celta e a textos contemporâneos.
Ficha Artística
Criação: Susana Cecílio
Interpretação: Poliana Tuchia e Susana Cecílio
Espaço Sonoro: Poliana Tuchia
Espaço Cénico e desenho de luz: Nuno Borda de Água
Design: Susana Malhão
Produção: Algures